A Fazenda Bananal testemunhou todos os ciclos econômicos da região de Paraty: do ouro, do açúcar – até chegar na produção de cachaça e farinha de mandioca.
A sede original ficava na parte de cima da propriedade, próxima ao percurso original traçado entre litoral e interior. Em 1986, o traçado da Estrada Real foi refeito, o que ocasionou a mudança da sede da Fazenda Bananal “de cima” para “de baixo” – onde hoje se encontra o Casarão histórico, antigo ponto de auxílio para os tropeiros abastecerem, comercializarem produtos e pessoas escravizadas.
O projeto de restauração e conservação da sede atual da Fazenda Bananal obedeceu aos critérios do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A reconstrução da edificação em suas características originais (históricas e arquitetônicas) é fruto de uma profunda pesquisa feita em documentos da época, registros iconográficos e entrevistas.
A sede, remanescente das antigas fazendas do período colonial, se caracteriza por ser um engenho de açúcar de dimensões contidas, com um curso d’água próximo – abastecimento e principal fonte de energia.
O Casarão anexo, tombado como Patrimônio Cultural pelo IPHAN, possui alcova, área de circulação, sala e cozinha. Sua estrutura é formada por amplo telhado sem forro como na época; o telhado é sustentado por pilares de pedra – presentes tanto na estrutura de sustentação quanto no pavimento térreo.
A visita à estrutura é uma de nossas experiências imersivas que pode ser realizada de forma autoguiada ou com o auxílio de nossos (as) guias que compartilham seu conhecimento com os (as) visitantes. O espaço também abriga exposições sobre diversos temas (festas culturais da cidade, meio ambiente etc.), reforçando a nossa conexão com a história e cultura da região e com o desenvolvimento do turismo regenerativo na região.
Realizada em parceria com a Casa da Cultura de Paraty, a exposição é uma homenagem e celebração ao título de patrimônio da UNESCO (Sítio Misto – Cultura e Biodiversidade) concedido à Paraty em 2019.
A montagem traça um paralelo entre a biodiversidade e a cultura do município, com peças feitas por artesãos locais quilombolas, indígenas e caiçaras, e localiza o Casarão Histórico da Fazenda Bananal na história de Paraty.
Na área externa do casarão, o (a) visitante tem contato já com peças de artesanatos confeccionados por comunidades tradicionais, como o Quilombo do Campinho e Aldeia do Paraty-Mirim.
Na área interna, uma diversidade de arte, história e cultura: mais artesanato; TVs que exibem entrevistas com artesãos (as) e antigos (as) moradores (as) da fazenda; uma cozinha tradicional dos séculos XVIII/XIX; uma sala que celebra as principais festas tradicionais de Paraty, como a Festa do Divino e Santa Rita de Cássia, além de estandartes e bonecos folclóricos.
A Fazenda Bananal e a Casa da Cultura de Paraty apresentam a exposição "Lidas da Terra: Mandioca", com abertura em 28 de junho. A mostra celebra os saberes tradicionais sobre o cultivo e transformação da mandioca na região de Paraty, explorando sua importância cultural e alimentar.
Conhecida como "ouro branco", a mandioca é apresentada como símbolo de resistência cultural e elo entre gerações. A exposição revela o ciclo completo da planta, desde o plantio até a produção de farinha, destacando variedades como aipim e mandioca-brava.
Os visitantes conhecem instrumentos tradicionais como lavador, rodete, cocho, prensa de fuso, tapiti e peneira de taquara, que carregam saberes indígenas e coloniais adaptados ao longo dos séculos. A mostra valoriza conhecimentos dos povos quilombolas, indígenas e caiçaras, apontando para um futuro sustentável baseado na diversidade e nos modos de vida locais, contrastando com a industrialização alimentar contemporânea.
A exposição conduziu o público a uma experiência sensorial pela riqueza da nossa flora, fauna e vida marinha. Telas, objetos e instalações, produzidas por artistas locais, ao ar livre enfeitaram o casarão e o jardim com reflexões sobre a conservação da natureza e práticas sustentáveis.
A mostra reuniu imagens sensíveis de produtores/guardiões da palmeira e seu fruto em Paraty - pelo olhar da fotógrafa Ana Andrade.
Uma imersão fotográfica, fruto da pesquisa do fotógrafo documental em Paraty e região, Marcelo Oséas.
Um diálogo entre a natureza e a cultura. A exposição foi construída por diversos elementos caídos das árvores, como sementes, cascas e folhas, ou troncos que o mar trouxe.
A parceria entre a Fazenda Bananal e a Casa da Cultura de Paraty é uma iniciativa essencial para manter o Casarão Histórico sempre vivo.
Juntos, trabalhamos para preservar a história e cultura da região por meio de eventos, exposições e projetos educativos que enriquecem a experiência de estar na Fazenda Bananal.
As visitas na Fazenda Bananal são feitas exclusivamente via agendamento prévio